Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, atualmente há cerca de 422 milhões de pessoas com diabetes no mundo. A previsão é que até 2045 este número suba para 629 milhões de diabéticos com idades entre 20 e 79 anos.
Muitas pessoas não sabem que têm diabetes e isso pode levar a complicações causadas por este distúrbio. Em grande parte dos casos isso ocorre pois o diabetes é considerado pelos médicos como uma doença silenciosa, ou seja, os sintomas passam despercebidos pelos pacientes ou demoram para se manifestar.
Afinal, o que é o diabetes?
O Diabetes Mellitus é um conjunto de distúrbios metabólicos causados por um aumento da glicemia.
Quando uma pessoa se alimenta, o corpo irá transformar os alimentos em glicose, proteínas e gorduras. A glicose, por sua vez, é o grande combustível do corpo humano, sendo transportada e utilizada pelas células. No entanto, para que isso ocorra, ela precisa de auxílio, papel que é exercido por um hormônio chamado insulina.
A insulina é produzida pelas células beta do pâncreas (um órgão que fica atrás do estômago), e é ela que ajuda a glicose a entrar nas células do corpo. Assim a insulina é responsável por controlar a quantidade de glicose que circula no sangue, com objetivo de mantê-la em níveis saudáveis para nosso organismo.
Então, o que acontece no diabetes?
Uma pessoa com diabetes pode ter dificuldade em utilizar a insulina de forma adequada e/ou não produzir a quantidade suficiente de insulina. Isso leva a condição que chamamos de hiperglicemia, que é o acúmulo de glicose no sangue. Caso não seja controlada, o diabetes pode trazer consequências graves a longo prazo.
Consequência crônicas do diabetes não controlado
- Retinopatia: Perda gradativa da visão.
- Nefropatia: Lesões nos nervos, principalmente os periféricos, causadas pela glicemia elevada.
- Coração: Complicações cardiovasculares.
- Rins: Insuficiência renal.
- Pé diabético: Uma pequena ferida que, se não for tratada pode levar à amputação do membro.
E o que pode levar uma pessoa a ter diabetes?
Na grande maioria dos casos é preciso que se tenha uma interação entre fatores genéticos e ambientais para que o distúrbio se desenvolva.
Principais fatores de risco
- Sedentarismo: A falta de atividade física reduz a sensibilidade à insulina, favorecendo o acúmulo de glicose no sangue. O exercício regular ajuda no controle glicêmico e na prevenção da doença.
- Má alimentação: O consumo excessivo de açúcares, carboidratos refinados e gorduras prejudica o metabolismo e pode levar à resistência à insulina, aumentando o risco de diabetes tipo 2.
- Idade: Com o envelhecimento, o metabolismo desacelera e a produção de insulina pode se tornar menos eficiente, elevando as chances de desenvolver a doença.
- Obesidade: O excesso de gordura corporal, principalmente abdominal, está diretamente relacionado à resistência à insulina, tornando a obesidade um dos principais fatores de risco para a diabetes tipo 2.
- Histórico familiar: A predisposição genética tem um papel importante, pois indivíduos com parentes diabéticos possuem maior probabilidade de desenvolver a doença.
- Doenças cardiovasculares: A diabetes e as doenças cardíacas compartilham fatores de risco, como obesidade e sedentarismo. Além disso, a hiperglicemia crônica pode danificar vasos sanguíneos, aumentando o risco de problemas cardíacos.
Quais são os sinais e sintomas do diabetes?
- sede excessiva (polidipsia)
- fraqueza, cansaço
- emagrecimento
- número e volume das micções aumentadas (poliúria)
- perturbações visuais
- mudanças de humor
- prurido (coceira)
Estes sintomas podem, em alguns pacientes, estar todos presentes e muito intensos, sendo que em outros podem ser muito leves e até ausentes.
Como é realizado o diagnóstico?
O diagnóstico pode ser realizado pelo exame de sangue. Através dele seu médico irá observar se há alguma alteração na taxa de glicemia.
- Normal: Glicemia de jejum entre 70 e 99 mg/dL
- Intolerância à glicose: Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL
- Diabetes: Glicemia de jejum de amostras coletadas em dias diferentes igual ou maiores do que 126 mg/dL ou acima de 200 mg/dL em glicemia aleatória (feita a qualquer hora)
Existem três principais tipos de diabetes, além do estágio chamado de pré-diabetes ou tolerância diminuída à glicose. O diabetes mellitus tipo 2 é o mais prevalente, e corresponde de 90 a 95% de todos os casos deste distúrbio no mundo.
Fui diagnosticado com diabetes e agora?
O diabetes está ligado ao estilo de vida que você leva. A aceitação pode ser difícil, mas o entendimento desta condição é fundamental e isto irá auxiliar no controle da mesma. O diabetes exige encarar a vida e a saúde de uma nova forma.
REFERÊNCIAS
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Federação Internacional de Diabetes (IDF)
Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD)